segunda-feira, 20 de julho de 2009

Meanwhile, in the USA...

O New York Times conversa com o novo fênomeno da Disney Channel, Demi Lovato. Falando em Disney, o crossover entre todos seus seriados de sucesso, Wizards on Deck with Hannah Montana, foi o programa mais visto do ano até o momento entre crianças de 6-11 anos e pré-adolescentes 9-14 anos, superando Princess Protection Program.

O New York Times também analisa o fenômeno Bob Esponja que está completando 10 anos de sucesso.

O programa canadense Degrassi, um sucesso entre garotas adolescentes americanas faz 5 anos, foi quem revelou ao mundo Shanae Grimes (atualmente protagonista de 90210) e Nina Dobrez (que protagonizará The Vampire Diaries, a grande aposta da CW para a temporada 2009-2010), mas parece que Drake superará todas elas.

Depois de não conseguir emplacar nenhum programa desde o fim de Sex and the City e The Sopranos e ser ofuscado pelos concorrentes (Showtime com Dexter e Weeds e AMC com Mad Men), parece que a HBO finalmente está se recuperando graças a True Blood.

E, falando em vampiros, a sequência de Crepúsculo, Lua Nova, terá um programa semanal que acompanhara os bastidores das filmagens no canal a cabo Reelz.

Depois da notícia que Paula Abdul provavelmente não estará na nova temporada de American Idol, o programa mais lucrativo da TV americana, os fãs reagem no Twitter.

E a empresa Youth Trends anunciou os resultados da sua pesquisa de programas mais populares entre jovens americanos no segundo quadrimestre do ano. Do primeiro para o segundo quadrimestre, 24 e 30 Rock saíram do top 10 dos garotos e Private Pratice, American Idol, 90210, The Secret Life e The City do top 10 das garotas. Grey's Anatomy voltou ao primeiro lugar e Gossip Girl caiu para segundo.

Burro é quem repete o mesmo erro TRÊS vezes


Entre 2003 e 2005, Sebastian Ortega foi o responsável pela área de ficção da produtora Ideas de Sur.

Criador de programas de enormes sucessos, como Los Roldan e Costumbres Argentinas, Ortega resolveu se afastar da produtora de Marcelo Tinelli e, em 2006, abrir a sua própria: Underground Contenidos.

O seu primeiro projeto, a novela El Tiempo no Para (o nome vem da música de sucesso da band
a argentina Bersuit Vagabarat que, sim, é um cover do maior sucesso de Cazuza), foi exibida no Canal 9, uma emissora de baixa audiência, e, apesar de não ter alcançado números altos, ganhou prêmios e teve críticas muito boas.

No ano seguinte, criou Lalola, um gigantesco sucesso. Novela latina mais exportada desde Betty a Feia, foi adaptada por mais de 10 países (os direitos foram comprados até pelos EUA que chegaram a produzir um piloto com James Van Der Beek no papel principal) e foi a primeira novela argentina a ser exibida em seu formato original na TV aberta dos dois maiores mercados latino-americanos: o Brasil (no SBT) e o México.

Tudo muito lindo, não fosse por um pequeno detalhe: Lalola foi muito mais barulho do que resultado. A empresa israeli-argentina Dori Media, responsável pela exportação, conseguiu convencer o mundo inteiro que a novela era o maior sucesso latino desde A Feia. Vendo o número de países para os quais a novela foi exportada, muitos podem acreditar nisso. Mas, o fato é que a novela não chegou nem PERTO do sucesso de folhetins como Betty, Café com Aroma de Mulher ou Pasión de Gavilanes.

Na própria Argentina, seu país de origem, Lalola nunca foi um gigantesco sucesso. Parte disso se deve ao fato dela ter sido exibida no America 2, um canal com baixa audiência. Nos primeiros meses, os índices foram bem mais altos do que a média do canal (entretanto, não alto suficiente para figurar entre os 20 programas mais vistos do país). Mas, depois de 2 meses de alto rendimento, a novela entrou em enorme declínio e só se recuperou no capítulo final.




Porém, todos esses detalhes foram ignorados por TVs do mundo inteiro que não hesitaram em comprar os direitos, acreditando ter nas mãos um sucesso do tamanho de Betty.

Acabaram quebrando a cara, pois a tendência mundial foi repetir o que havia acontecido na Argentina.

No Brasil e no México, Lalola começou com audiências bastante animadoras para o SBT e para Azteca7. Porém, depois de algumas semanas, a audiência entrou em queda livre, exatamente da mesma maneira que tinha acontecido na exibição original na Argentina.

Na Espanha aconteceu a mesma coisa: depois de muita promoção, a versão local estreou com números altíssimos (algo extremamente surpreendente pois foi exibido no horário diurno da Antena 3, um horário 'amaldiçoado' que não tinha nenhum programa de sucesso em mais de quatro anos). Depois de algumas semanas com boas audiências, caiu e caiu e caiu, até que foi cancelada.

No Chile, Lola teve bons índices de audiência e liderou o horário durante toda sua exibição mas é importante ressaltar que a versão chilena se diferenciou MUITO argumentalmente da versão argentina.

É verdade que Lalola teve seus méritos: ganhou 7 Martin Fierros (o principal prêmio da TV argentina) inclusive o prestigioso Martin Fierro de Oro, e foi um dos maiores sucessos de exportação da história da TV argentina. O número de prêmios e de países onde o programa foi exibido podem acabar fazendo com que o programa pareça um sucesso maior do que ele realmente foi. Na verdade, a tendência foi a mesma em quase todos os países: altos números no começo e enorme queda nas semanas seguintes. Nem na Argentina, seu país de origem, a novela teve números espetaculares.

Isso se deu porque, apesar de bons roteiristas, atores e produção, o argumento do homem que virava mulher era divertido apenas nas primeiras semanas. Depois, a novela não tinha para onde evoluir.


Os reconhecimentos de Lalola fizeram com que a Telefe, canal mais visto do país, se interessasse em produzir com Ortega. O seu novo projeto, Los Exitosos Pells, ganhou um espaço no horário nobre do canal.

Inicialmente, o programa foi um fenômeno. Enquanto Lalola começou com 7 pontos (considerado alto para o America 2), Los Pells começou com 25 (afinal, a audiência da Telefe é três vezes maior que a do América). Choveram elogios por sua produção criativa, seus roteiros divertidos e seus ótimos atores. Os Pells superaram a audiência do rei soberano da TV local, Marcelo Tinelli, e seus protagonistas estamparam a capa de todas as principais revistas do país.




Porém, Ortega não aprendeu: depois de dois meses de enorme sucesso, a história, sobre a dupla de apresentadores de telejornal que forma o casal mais amado do país (estilo Bonner e Fatima Bernardes), mas na verdade se odeia e não tem nenhum vínculo amoroso, não tinha mais para onde ir. E a audiência caiu e caiu até ser superada em mais de 10 pontos por Valientes, a ficção do Canal 13. De novo, o mesmo erro: depois de um bom início, um desenvolvimento extremamente lento e com poucos acontecimentos.

Seguindo o exemplo de Lalola, os Pells são um grande sucesso de vendas: antes mesmo de estrear na TV argentina, a novela já tinha sido vendida para a Espanha e para o Chile. A versão mexicana será a primeira novela da Televisa a ser gravada fora do México (o remake, com um elenco cheio de estrelas novelescas mexicanas, está sendo gravado em Buenos Aires).


Porém, tudo indica que internacionalmente os Pells vão ter o mesmo destino que a versão original argentina e que Lalola: no Chile, o único país onde o remake já está no ar (com uma adaptação bem fiel, diferente da versão deles para Lalola), a audiência foi muito animadora no seu início mas está cada vez mais baixa.

Agora que Los Exitosos Pells já chegou ao seu fim na TV argentina (com um índice de 22 pontos, uma boa audiência porém mais baixa do que em suas semanas iniciais e bem mais baixa que os mais de 30 que Vidas Robadas conseguiu em 2008 e Montecristo em 2006), Ortega está ocupado na pré-produção de seu novo projeto. Inicialmente, seria uma novela com elementos sobrenaturais, ambientada num supermercado e com um elenco cheio de grandes estrelas, como Celeste Cid e Benjamin Vicuña. Mas, devido a crise econômica mundial e ao alto orçamento, a Telefe não aprovou o projeto. Agora, a Underground produzirá outra comédia, chamada Botineras, com um argumento parecido com a série inglesa Footballers Wives (sobre as Maria Chuteiras) e que terá Nicolas Cabre e Luisana Lopilato nos papeis principais.

Ortega tem um enorme potencial (em certos aspectos, lembra Guel Arraes). Seus programas são divertidos e bem produzidos. Porém, cometer o mesmo erro duas vezes é algo grave. No momento, ele é um nome altamente cobiçado no mercado internacional mas outra pisada de bola e ele pode colocar tudo a perder...

I'M BACK

Muito mudou desde que eu parei de atualizar isso aqui. O Panorama da Televisão Espanhola, por exemplo. Desde então, a Telecinco, na época o líder soberano, caiu para o terceiro lugar de audiência e o La 1, o terceiro lugar, foi para o primeiro.

Mas bom, estou de volta então voltem aqui para ter notícias sobre as tendências do mercado televisivo no mundo inteiro.

See ya.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Formatos que dariam certo no Brasil

Eu acho que contrato com a Televisa, coisa que o SBT fez e agora a Record, é uma idéia idiota. Tudo bem que é uma mega corporação com penetração em quase todos os países do mundo mas mesmo assim, todos sabemos que, em produção (no sentido técnico: fotografia, cenários, maquiagem, figurino, etc) o canal deixa a desejar e se distancia MUITO do tal "padrão Globo de qualidade" que a Record almeja alcançar. E as histórias? Já vimos que scripts mexicanos abrasileirados não dão certo no Brasil, pela experiência do SBT. Mas mesmo se dessem, a Televisa não produz novela original faz MUITO tempo e 99% dos sucessos recentes do canal foram adaptações.

Por tanto, alianças com a Televisa são pointless já que a Record poderia simplesmente ir até os detentores dos direitos de tais projetos e produzir as novelas sem nenhum auxílio da companhia mexicana (como, inclusive, a maior parte do mundo faz).

Há não ser seja uma aliança similar a que as produtoras argentinas Pol-ka, Ideas de Sur e Cris Morena Group fizeram: a Televisa ajuda a financiar o projeto, tem os direitos de exportação e de adaptação mas não não se mete na área criativa.

Porém, notícias recentes sobre os executivos mexicanos metendo o bedelho e não aprovando vários detalhes de produção provam que, por algum motivo inexplicável, os bispos deram ENORME controle a corporação de Emilio Azcarrega Jean.

Mas, Televisa aparte, eu SUPER defendo a compra de formatos. Alias, não há nada mais em vogue que isso no momento. TVs do mundo todo compram formatos, dão o gostinho local para a produção e tem em suas mãos um grande sucesso. Argentina, Colômbia, Peru, México, França, Espanha, Itália, Estados Unidos, Russia, India, Holanda e Israel são alguns países que tem participado dessa brincadeira. E com grande sucesso.

Se a Globo não fosse tão metidinha, adaptar novelas para o horário das 18hs e 19hs seria uma maravilhosa solução e muito provavelmente aumentaria o ibope do horário (atualmente amaldiçoado com péssimos enredos). Imaginem Betty a Feia com produção e atores globais? Pode parecer esdruxula mas se levarmos em conta que TODAS as adaptações de Betty a Feia foram enormes sucessos (e a novela colombiana já teve mais de 15 versões diferentes), que a novela (por incrível que pareça) tem um bom roteiro e que a Globo tem total capacidade de fazer uma versão de alta qualidade a idéia não parece mais tão louca. Eu sou capaz de apostar que tal adaptação seria o suficiente para levantar a audiência das novelas de começo de noite.

Sem mais lenga lenga, vou fazer uma lista de formatos que eu tenho certeza que, se bem feitos, dariam certo por aqui:

Betty a Feia
Eu vejo audiência do mundo inteiro, leio notícias televisiva de toda parte e toda essa pesquisa que faço me ensinou uma coisa: Betty, a Feia NUNCA fracassa.

Primeiro, a versão original foi um enorme sucesso na América Latina inteira. Depois, quando a novela original já tinha dado o que tinha que dar (fazendo milagres como aumentar a audiência da RedeTV aqui no Brasil e batendo recordes em literalmente todos os outros países), todo o mundo começou a adaptar. E a Betty indiana, a Betty espanhola, a Betty grega, a Betty estado-unidense, a Betty israelense, a Betty alemã, a Betty holandesa, a Betty russa, a Betty mexicana entre muitas outras foram gigantescos sucesso em seus respectivos países. E quando eu digo gigantesco, eu falo sério. No México, o final de La Fea Mas Bella foi um dos programas mais vistos da história do país desde que começaram a medir audiência por lá. Na Alemanha, Verliebt in Berlin foi a novela diurna de maior sucesso na história. Na Espanha, Yo Soy Bea teve um share superior a 35% durante toda sua emissão (e na Espanha, qualquer programa que passa dos 20%, é considerado um enorme sucesso) e o episódio em que a feia passa por um makeover foi uma das três emissões não-esportivas mais vistas do ano no país. A história se repetiu mais de dez vezes e eu podia ficar horas citando as conquistas de cada Betty mas como eu não tenho todo esse tempo, vá lá no amigo de todas as horas, o Google, e faça a pesquisa você mesmo.

No Brasil, a Record já comprou os direitos. Vai ser parte daquele acordo esdruxulo com a Televisa. Mas, se fizer minimamente bem feito, o sucesso é mais que garantido. A Globo poderia ter chegado antes mas, metida do jeito que é, ignorando as tendencias do mercado, vai acabar levando outra surra do canal da Igreja Universal.

Pasión de Gavilanes
Os céticos vão argumentar que essa novela já foi exibida no Brasil (sob o nome Paixões Ardentes) e traçou feio.

É verdade. Mas, há não ser que você seja Betty, é meio difícil (para não dizer completamente impossível) uma ficção ir bem na RedeTV!. Principalmente quando ela é mal promovida, mal dublada e exibida com péssima qualidade de imagem.

Vamos deixar uma coisa clara: eu não sou particularmente fã de novela latina. Muito pelo contrário. Mas eu estou sendo objetivo aqui e estou deixando claro o que eu acho (ou melhor, tenho quase certeza) que daria certo no Brasil.

Porque eu acho que ela funcionaria aqui:
Apesar dos clichês, tem roteiros realmente bons e sem lenga-lenga (apesar dos brasileiros se recusarem a acreditar, os colombianos, diferente dos mexicanos, são realmente bons na hora de escrever roteiros de novela). Alias, os clichês funcionam a favor da novela, já que são daquele tipo que sempre dão certo com o público. A ambientação (num mundo meio faroeste Marlboro) é cativante. Os personagens são bem do jeitinho personagem de novela que as pessoas amam. E, finalmente, é uma novela sensual, cheia de homens e mulheres bonitos, geralmente com pouca roupa (imaginem Pantanal) mas sem passar do limite de sensualidade permitido nas novelas latinas (nossos hermanos são bem mais conservadores).

E, claro, tem uma trajetória impecável. Tirando o Brasil, onde a novela fracassou por motivos que já citei, a novela foi um estrondoso sucesso pelo mundo todo. Na Argentina (onde eles são mais exigentes com novelas internacionais do que o costume na América Latina), a novela foi uma das novelas diurnas de maior audiência da história. Em 2005, a novela não raramente superava todas as ofertas de horário nobre dos principais canais apesar de ser exibida no comecinho da tarde. Na Espanha, a novela causou um furor nunca antes visto em relação a uma novela latina. Em audiência, com exceção de Betty a Feia, nenhuma produção vindo da América Latina tinha atraído audiências tão altas desde meados dos 90. No México, a adaptação local, Fuego en la Sangre, atualmente no ar, é a novela de maior audiência no país desde nada menos que A Usurpadora, de 1997 (a adaptação mexicana é HORROROSA, alias).


O único porém dessa novela é que, diferente de Betty, precisa de uma produção mais elaborada. E, em quanto em Betty todo o charme da trama está na protagonista, que tem vida própria e depende pouco da atriz que a interpreta, em Gavilanes é necessário atores carismáticos nos papéis principais, já que esse é grande parte do apelo da novela.

A Band adaptara a novela. Esse canal faz boas escolhas na hora de comprar formatos, como ficou provado com CQC, outro formato que eu apostaria. Alias, vale destacar que se a Globo não fosse metidinha, a produção argentina (CQC) funcionaria as maravilhas na grade da emissora, muito melhor do que na da Bandeirantes.

Se o casting for bem feito (o que ja vai ser um desafio para a Bandeirantes), a novela com certeza aumentara bastante a audiência do canal. Porém, por maior que seja o sucesso, será MUITO díficil a novela alcançar a audiência que ela realmente mereceria. Numa emissora maior como a Globo ou a Record, a novela arrasaria sem a menor duvida.

Outra novela latina que arrasaria no Brasil adaptada: Café, com Aroma de Mulher. A diferença de Pasión de Gavilanes, essa teve bastante sucesso em sua versão original aqui no Brasil (onde foi exibida em 2001, anos depois de sua exibição original). Café também tem uma trajetória impecável, tanto em sua versão original quanto em suas duas versões mexicanas (Destilando Amor, uma das audiências mais altas da Televisa no século 21 e Cuando Seas Mia, um dos maiores sucessos de audiência da TV Azteca).

A diferença entre as novelas mexicanas e as novelas colombianas: as colombianas funcionam MUITO bem adaptadas. As mexicanas não. Além disso, enquanto os roteiros mexicanos são cheios de clichês e detalhes ridiculos, os roteiros colombianos são muito mais coesos, coerentes e interessantes (apesar do orçamento das novelas costumarem ser baixos).

Sin Tetas no Hay Paraíso
Esses colombianos são realmente bons com títulos catchy: Café com Aroma de Mulher, Betty a Feia e agora Sin Tetas no hay Paraíso.

Baseado num livro aclamado, essa história sobre uma garota pobre que, desesperada por uma vida de luxo, se envolve em prostituição de luxo. Cheia de narcotraficantes, policias corruptos e mocinhas pobres fazendo tudo por dinheiro (a protagonista acredita que a felicidade se traduz a proteses de silicone, daí o título), essa trama colombiana cairia como uma luva na realidade brasileira.

A Record que não é boba já comprou os direitos.

Atualmente, a mini-série tem duas adaptações no ar: a novela hispano estado-unidense Sin Senos no hay Paraíso (da Telemundo) e o seriado espanhol Sin Tetas no hay Paraíso, da Telecinco.

A adaptação espanhola também é um enorme sucesso na Peninsula. Ela é adaptada para a realidade local, então nada de miséria, favela, policiais corruptos ou garotas miseraveis. A protagonista é uma garota de classe média que se apaixona por um narcotraficante galã e faz tudo por amor: se prostitui, se mete em corrupção, etc. A série na Espanha é bem mais direcionada a adolescentes mas os roteiros cativantes conquistaram mulheres e homens em literalmente todas as faixa-etárias e o ator que interpreta o narcotraficante galã, Miguel Angel Silvestre, é o sonho de 8 em cada 10 mulheres espanholas.

Outra opção é fazer uma adaptação que é um mix das duas versões: mantendo a miséria, a corrupção, o trafico mas dando uma pincelada teen que funcionou muito bem na Espanha para conquistar o público (não só o adolescente, vale destacar).

A versão colombiana foi um mega sucesso e a sua aceitação tem se repetido na América Latina toda. A sua versão da Telemundo, atualmente no ar apenas nos EUA, tem tido audiências mais altas a cada capitulo.

Got Talent
Esse formato seria PERFEITO para a Globo. Poderia ir ao ar em qualquer horário noturno com boas audiências. Teria ótimo Ibope na linha de show, depois da novela, mas também seria perfeito para o horário após o Fantástico.

Claro que sempre tem o perigo deles usarem mal, como quadro do Faustão, mas acho que os diretores da Globo não seriam tão burros assim.

O formato é simples e conhecido: o programa percorre o país inteiro atrás de pessoas incrivelmente talentosas. Pode ser QUALQUER talento. Três juízes votam se o concorrente passa ou não para a próxima fase até que os finalists começam a se apresentar semanalmente e ser eliminado pelo público, até que sobra apenas um ganhador.

É bem mais divertido do que outros formatos de talento como American Idol, The X Factor ou Operación Triunfo. E está causando sensação mundo afora: na Inglaterra, na Argentina ou nos Estados Unidos, o programa tem marcado números excelentes.

E é um formato conhecido porém totalmente efetivo, totalmente divertido e que é assistido por toda família junta.

Globo, COMPRE ESSE FORMATO AGORA! Chega de se apoiar apenas no Big Brother. Alias, essa linha de show precisa de uma repaginada ASAP.

Dica: a versão inglesa tem edição e produção impecável, então a boa é não se espelhar na versão americana (como é costume) e sim nessa.

CONTINUA
Na próxima coluna "Formatos que os canais brasileiros deveriam comprar": o criador argentino cujos formatos foram disputados a tapa nos EUA, a família espanhola que tem tudo para dar certo por aqui, um reality show americano totalmente bizarro e até mesmo uma novela japonesa.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Domingo disputado na Argentina

TVR é um programa de grande sucesso na Argentina que mostra, com cenas de arquivo de programas de outros canais, os principais acontecimentos da TV local (mostrando os assuntos mais comentados e polêmicos da televisão na semana), tudo com muito humor e com uma edição e produção nota 10 (estilo CQC). Esse programa vai ao ar no Canal 13 com enorme sucesso faz anos e sempre foi o programa mais visto de sábado.

A Cuatro Cabezas, uma das produtoras argentinas mais respeitadas do mundo e criadora do formato CQC, resolveu fazer um formato igualzinho para a Telefe no ano passado, chamado Zapping. A idéia era estreá-lo no meio da semana, ou seja, iria tratar dos mesmos temas do TVR mas com antecedência. Porém, o formato não funcionou muito bem e, para ver se o programa decolava, ele foi mudado para sábado e colocado em concorrência direta com o veterano TVR. Nesse horário, o programa decolou e agora ele ganha com grande distância da versão original.

[Curiosidade: Embora na Argentina esse tipo de programa de humor seja um sucesso e dê muito certo (vindo desde os anos 90 com Perdona Nuestros Pecados), no Brasil seria impossível adapta-los porque ele é todo feito com imagens de programas de outras emissoras que, por aqui, não pensariam duas vezes antes de entrar na justiça para tirar o programa do ar por uso indevido de imagem. Na Argentina esse tipo de processo seria um tiro no pé já que TODOS os canais tem programas que exibem imagens de outras estações (uma imagem bem distante do panorama nacional, onde o canal líder, a Globo, finge que todos os outros canais não existem).

Na Espanha, Perdona Nuestros Pecados, o primeiro programa argentino a utilizar esse formato (que agora é utilizado pelo TVR e pelo Zapping), foi adaptado pela Telecinco e rapidamente teve que ser tirado do ar pois foi processado por outras emissoras. Mais tarde, o programa Sé Lo Que Hicisteis, um dos programas mais bem sucedidos da La Sexta, que também usava muito imagens de outros canais para ridiculariza-los, teve que mudar seu formato pois a Telecinco os processou e os proibiu de usar imagens de seus programas. Na TV3, o canal local mais visto da região da Catalunha, o programa Alguna pregunta més?, também todo feito com imagens de arquivo de outras emissoras, é um grande sucesso mas quando al Antena 3, um dos maiores canais do país com penetração em todas as regiões, comprou o formato para adaptá-lo, os produtores se viram obrigados a usar imagens apenas dos programas da própria emissora.]

Outro caso interessante foi o que aconteceu com o formato Got Talent. A Telefe comprou o formato e o anunciou durante muito tempo antes de estrea-lo. Nessa enrolação, um segmento do programa Ese es el Show, que mostrava os bastidores do Bailando por un Sueño, o popular formato exibido no programa mais visto do país, o Showmatch, começou a fazer sucesso. O nome do formato era EL CASTING DE LA TELE e tinha, basicamente, o mesmo formato de Got Talent.

O segmento virou programa próprio que teve aceitação. Com 14 pontos, ele conseguia liderar sem problemas o seu horário e era muitas vezes o programa mais visto de sábado.

Apesar de que a Telefe suspeitasse que o Canal 13 só criou esse programa para se adiantar ao lançamento de Talento Argentino, eles puderam respirar aliviados quando a estréia foi incrivelmente bem.

No mês passado pela primeira vez desde o começo do ano, a Telefe ganhou na audiência mensal. Isso se deu graças ao sucesso da programação de final de semana (basicamente filmes) e da tarde (péssimo horário para o 13), apesar de, no horário nobre, o canal das bolinhas (como a Telefe é chamada) continuasse longe.

Isso desatou uma briga séria pela audiência em agosto e o primeiro dia do mês mostrou como a coisa vai estar concorrida: o 13 e a Telefe EMPATARAM com exatamente a mesma audiência (até os DECIMOS foram iguais).

Durante esse domingo, o Canal 13 resolveu contraprogramar a Telefe botando no ar das 20h as 22h a grande final do El Casting de la Tele com varias atrações internacionais (porém quase não competindo diretamente com o programa de talento da Telefe, que começou as 21h45) e seguindo com um especial de Polícias en Accion, um popular reality show com perseguições policiais.

A Telefe confiou nos dois programas que trouxeram tanta satisfação para eles no final de semana anterior: o gameshow adolescente El Ultimo Pasajero e o segundo Talento Argentino.

Na briga, a Telefe saiu vitoriosa: El Ultimo Pasajaro teve ótima audiência, com 16.7 pontos, ainda mais alto do que a estréia da temporada semana passada. Ficou quase empatado El Casting de la Tele que conseguiu 16.8 no Canal 13.

Talento Argentino provou ser, indiscutivelmente, o grande sucesso do ano da Telefe e, possivelmente, a salvação do canal. Depois de ótimos 29,2 da semana passada (a audiência meta era 20 pontos), essa semana o programa alcançou a incrível marca de 30 pontos.

Depois, com um episódio especial com os melhores momentos de Zapping (cujo horário habitual é aos sábados), o canal conseguiu altos 18.9 pontos. Ou seja, essa emissão especial foi o episódio de Zapping com a audiência mais alta durante toda a história do programa.

Enquanto isso, no 13, o especial de Polícias en Acción conseguiu baixos 14.3 pontos (muito menos do que o habitual) e depois Argentinos por su Nombre manteve sua audiência habitual com 12.2.

Durante esses primeiros três dias, a vitória vai para a Telefe que tem, até o momento, 13.6 de média. O Canal 13 tem 11.4.

Repito: Globo, por favor, corra para comprar o formato de Got Talent. Te garanto que vai funcionar. Não deixe a sua concorrência botar a mão nele ;D.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

TELA FRIA

O mês de agosto está chegando e com ele vem o mês de menor consumo televisivo na Europa.

Em agosto, 90% da população entra em férias e até os programas ao vivo saem do ar.

Na TV: filmes, seriados americanos, exibições de seriados que os canais não acreditaram que funcionaria na temporada normal, etc.

Em setembro, os canais voltam a tona e a população volta a vida severina.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

HAJA TALENTO

Depois de meses sendo anúnciado e semanas sendo adiado, o programa de talento Talento Argentino (versão do formato Got Talent, grande sucesso na Inglaterra e nos EUA) finalmente estreou na Telefe.

E ao que tudo indica, a Telefe finalmente acertou. A primeira exibição do programa marcou altíssimos 29,2 pontos de média e alcançou um pico de 35.8 na noite de domingo (27/07). O programa ultrapassou os 28 conseguidos por Susana Gimenez em sua estréia e é o programa da Telefe mais visto do ano.

Caso esse número se mantenha em suas próximas exibições, esse será o primeiro grande sucesso de horário nobre da Telefe durante todo o ano (com excessão de Susana Gimenez).

Mas será que ele se manterá? Tantos Vidas Robadas quanto El Muro Infernal ficaram na casa dos 20 durante seu primeiro capitulo e logo caíram para os números mediocres que marcam atualmente.

O que eu acho? Acho que é muito provável que se mantenha. Enquanto El Muro era, obviamente, um formato que ficava cansativo depois de um tempo e, por tanto, não deveria ser diário e Vidas Robadas tentava desesperadamente repetir a formula de Montecristo, Talento Argentino é um formato interessante cujo sucesso foi provado no mundo inteiro.

Alias, é importante destacar que o Canal 13 tem uma cópia de Talento Argentino que eles estrearam dois meses antes da estréia da versão da Telefe: El Casting de la Tele que é exibido com razoável sucesso nas tardes de sábado.

Caso o sucesso de Talento Argentino seja duradouro (e eu acho que será), é bem provavel que Claudio Vilarruel, desesperado, resolva transforma-lo em diário. E ai sim ficará difícil saber se o programa funcionara ou não.

DICA PRA GLOBO: Adquira esse programa já. Com certeza aumenta a audiência da linha de show ou, na pior das hipóteses, da tarde de domingo ;D.